Introdução: Eça de Queirós
é feroz inimigo da mediocridade que assola sua época, quer no ambiente
social-burguês, em que a falsidade, o mau-caratismo, a avareza e a infidelidade
ocupam espaços privilegiados, quer no catolicismo, constituído
por um clero excêntrico, formador de ideologias repressivas. Ao trabalhar o
adultério, enfatiza suas críticas às instituições e a moral da época.
Objetivo: Este trabalho
tem por objetivo refletir sobre o universo feminino nas obras de Eça de Queirós.
Desenvolvimento: Luisa (O
Primo Basílio) é a personagem feminina mais desenvolvida por Eça, e que melhor
ilustra o tema do adultério. É uma mulher romântica, sonhadora e frágil. Durante
a trama, Luísa reencontra o primo Basílio, de quem fora noiva no passado e é
convencida por ele a trair o marido, sob a alegação de que estava na moda as
mulheres terem um amante. O relacionamento só traz tribulações que lhe roubarão
a alegria, quando chantageada pela empregada, que descobre seu envolvimento
proibido. Morre de desgosto e remorso. Porém, Basílio
sequer estremece com a morte da prima, lamentando apenas por ter perdido uma de
suas conquistas. Amélia (O Crime do Padre Amaro) é a personagem mais bem
desenvolvida no seu aspecto psicológico. É o resultado trágico de uma formação
num meio provinciano e atrasado, centrado em torno do poder eclesiástico. A sua
casa é um centro de convivência dos poderosos e amorais sacerdotes da sociedade
portuguesa. Aos vinte e três anos, linda e muito desejada, é romântica e sensual.
Apaixona-se por Padre Amaro, hóspede da pensão de sua mãe e entrega-se á ele.
Grávida, morre no parto e Amaro entrega a criança á uma tecedeira de anjos que
a mata também.
Maria
Eduarda (Os Maias) é a personagem que Eça menos desenvolveu em termos psicológicos,
é mais um modelo perfeito de mulher do século XIX. Era bela e vivia ao lado de
um brasileiro. Ao voltar para Lisboa conhece Carlos da Maia, torna-se sua
amante, mantendo sem saber, uma relação incestuosa. Protagonizam várias cenas
de adultério.
Pode-se dizer através dos comentários acima que Luísa e
Amélia, são modelos do tipo feminino do interior de Portugal; ambas foram
construídas como figuras portadoras de culpa que, ao contrário de seus amantes
acabaram castigadas e punidas com a morte. Maria Eduarda mostrada como a mais
inocente, foi punida com menos rigor, não morre, mas parte para um vida
desconhecida toda vestida de negro, uma metáfora de que sua vida será como uma
morte.
Considerações
Finais: A análise destes dados nos leva a
compreensão de que as personagens femininas de Eça tiveram suas vidas mudadas
por grandes paixões proibidas que lhes renderam um final trágico: duas tiveram
suas vidas ceifadas e outra prosseguiu em vida como se não a tivesse.
Referência
Bibliográfica:
Queirós,
Eça de. O Primo Basílio. São Paulo: Editora Ática, 1995.
Queirós,
Eça de. Os Maias.Rio de Janeiro: Ediouro, 2000.
Queirós,
Eça de. O Crime do Padre Amaro.São Paulo: Moderna, 2001.
Este
artigo foi escrito enquanto eu era estudante de Letras e apresentado na Semana
Cientifica, da Faculdade.
Contatos: adirenemorais@gmail.com
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