Não podemos desmerecer o método fonético da escola Montessoriana e outras afins, porque ele era funcional para aquela época, além disso, as classes tinham menos alunos e as crianças mais comportadas. A clientela hoje é outra.
Hoje trabalhamos com hiperativos, inclusão, crianças sem limites e crianças que chegam até nós com muitas vivências, então é um desperdício ficar somente no BA- BE- BI- BO - BU - BÃO (leiam corretamente, somente)
Muitos professores tiveram resultados excelentes com o método fonético, por isso não quiseram arriscar no método construtivista., mas hoje não vemos fundamento nesse tipo de trabalho, embora muitas vezes nós recorremos ao fonético para ajudar às crianças com mais dificuldade. No entanto, o trabalho com a alfabetização a partir dos textos é bem melhor para que os alunos se tornem letrados.
O trabalho é da seguinte maneira:
Coloque o texto ou o poema na lousa ou em cartolina (parlenda, cantigas, quadrinhas, trava-línguas), sempre um texto conhecido e de domínio da classe
As crianças fazem a chamada pseudo leitura com o dedinho e procuram a letra F ou a palavra Foca e circulam, mas antes discute-se com a criança como se escreve a palavra Foca, começa com F do nome do Fábio e assim por diante (fiz isso com a música A Foca de Vinícius).
Nesse momento vc questiona sobre o que fala a canção, o que acontece com a foca se colocar uma bola no seu nariz e etc..., fica uma bagunça (no bom sentido) onde todos falam juntos, mas conseguem se entender. Depois do trabalho com textos, começamos a ensinar-lhes outras palavras com o alfabeto móvel, com cruzadinha, ditado recortado que é muito importante. É uma graça vê-los soletrando a palavra para saber onde se encaixa. (minha amiga Débora sempre fala isso!)
É muito importante após trabalhar com o alfabeto móvel, entregar a eles figuras para eles formarem palavras (como o mexe-mexe), mas deve ser num trabalho em grupo, onde o aluno vai entrar em conflito com as suas hipóteses da escrita e leitura e vai aprender com o outro e o outro vai brigar para que cada um compreenda o seu entendimento, até "cair a ficha" que a sua hipótese está errada e vice-versa.
Alguns métodos priorizam e valorizam o trabalho individual do aluno, mas hoje esse trabalho é muito difícil para trabalhar com a nossa clientela que é muito ativa e tem muitos estímulos, eles necessitam interagir.
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Acredito que trabalho nessa linha construtivista mas, alguns "resquícios" do método fonético podem ser aproveitados. Apresento aos meus alunos " o som" das letras e procuro associá-las a algum gesto ( movimento) para tornar mais divertido e com isso mais fácil de memorizar. Quando vamos escrever palavras de músicas, textos, lembramos do som destas letras ao tentar registrar as palavras. Acredito que seja difícil dizer que este ou aquele método é melhor ou pior, o professor precisa estar seguro do que pretende e buscar a melhor forma de conseguir isso com alunos tão ativos como temos hoje. espero ter contribuido...
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