quarta-feira, 20 de abril de 2011

Como trabalhar com sala de PIC

Pedido de ajuda: Gostaria de saber se no grupo existe professores que trabalham com sala de PIC 4º ano, para trocarmos experiências e angústias tbm.Minha sala tem muita dificuldades de aprendizagem e tbm é muito indisciplinada,tem dias que passo a tarde toda chamando a atenção, nem na hora da leitura diária eles ficam quietos, alguns alunos não estão nem ai pra ouvir a historia ficam fazendo outras coisas, fico bem triste.


Resposta 1-
Olá querida colega...uma estratégia que trabalho com minha turma e funciona super bem é a seguinte...
CADA ALUNO RECEBE TRÊS FICHAS NAS CORES DO SEMÁFORO, que fica presa com um clips na capa da agenda:
*VERDE - a criança perde quando conversa demais...atrapalhando a aula, ele mesmo ou os colegas;
*AMARELA - a criança perde quando não termina a lição por conversa ou indisciplina;
*VERMELHA - a criança perde quando quebra alguma regra pré combinada da sala ou da escola;

Iniciamos a aula com a conscientização sobre o que viemos fazer na escola... No final da aula (10 minutos antes da saída, ou mais, conforme o andamento da turma), realizamos uma atividade de auto avaliação, onde conversamos com a criança e a turma sobre o motivo das fichas estarem no meu mural, conscientizando a criança que conforme o resultado do dia seguinte a ficha retorna para a sua agenda.

Os pais também participam desta atividade, eles recebem um bilhete explicando o método e acompanham diariamente a agenda para observar se as fichas estão na capa ou não, caso esteja faltando alguma, a orientação é que questione sua criança o porquê da ficha está faltando.

É uma maneira que encontrei de manter os pais informados diariamente sobre o comportamento dos filhos e o andamento nas atividades..

Eli Alves


Resposta 2

Eu tenho um 4º ano PIC. Tenho na sala 17 alunos. 7 foram meus no ano anterior. 5 listabéticos” que tive pena de enviar para um quarto ano regular pois não liam e não produziam textos. Dois que não consegui alfabetizar.

Escolhi esta turma para concluir o processo. Pois, vieram do segundo ano pré silábicos. Quando assumi a sala até me arrependi de ter deixado os cinco listabéticos, pois a condição dos outros era de sentar na calçada e chorar... chorar muito! Não tinham o hábito de apreciar uma história. Também me sentia frustrada! Levavam o dia inteiro em uma única atividade. Não quantificavam até 100, nem por escrito muito menos oralmente. O fato de não quantificar interferia no resultado das continhas que faziam. Só conheciam a adição simples com unidade e a chamavam de continha de cruz. Também não sabiam usar caderno.

Não eram indisciplinados, mas muito reprimidos. As vezes tinha impressão de falar com as paredes. Montei os agrupamentos produtivos. As crianças que foram meus alunos no ano passado me ajudaram muito, ajudavam os colegas a organizar o caderno. No início do ano elaboramos um cartaz com as nossas metas. O que gostaríamos de aprender, eles apontaram que gostariam de aprender a ler e a escrever, dentre outras coisas. Trabalhei o bimestre inteiro dentro das expectativas do próprio aluno.

Percebi que gostavam de cantar, então trouxe sequências de atividades com músicas que recebi do grupo. Muito mexe-mexe fechado e aberto e listas. Em matemática comecei com o jogo nunca é dez, realizávamos uma vez por semana. Ensinei agrupar de dez em dez, ou seja, somar com base dez. Foi o princípio.

Foi muito difícil e ainda é, mas já vejo bons resultados. O jogo, a tabela numérica do aluno foi ajudando-os a superar a dificuldade em quantificar até 100. Ainda tenho alguns alunos que escrevem os números espelhados, mas gosto muito quando me perguntam se é para registrar o nome do número ou o algarismo. Eles falam “algarismo”.

Agora jogamos Memória 10 e estou pensando em mudar para um outro jogo que envolva a subtração, para superar essa dificuldade. Conhecer os termos da adição e da subtração os ajudou a realizar as situações-problema, leio para a sala e eles elaboram suas próprias estratégias. Se confundem muito com o sinal das operações.

Estamos trabalhando com o livro do PIC e eles gostam muito do projeto dos animais da Mata Atlântica. Toda sexta feira assistimos um pedacinho do programa Selvagem ao extremo do Richard sobre o tema. A Reescrita dos elfos e o sapateiro eu dividi em várias aulas falta só um pedacinho e eles concluirão na próxima terça-feira.

Aos poucos fui organizando a rotina com os horários, sinto a sala mais participativa. Tudo que envio para casa eles realizam. A família ajuda muito. Tenho também crianças que não tem apoio em casa, e às vezes finjo que não os vi fazendo as lições de casa na entrada da escola. Senti-me desanimada no início do ano, mas agora vejo que é um trabalho de formiguinha. Espero trocar muito com você. Beijos.

Cris Gomes

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