E o palhaço Fagulha entrou no picadeiro. Cumprimentou o respeitável público, virou cambalhotas, levou tombos, perdeu as caças, fez palhaçadas.
Mas o público vaiava e gritava:
_ Uuuuuuu! Queremos novidad! A novidade!
De repente, o palhaço Fagulha parou no meio do picadeiro, rodopiou e começou.
Tirou um vidro de molho do olho do elefante.
Engoliu balas de rolha e palha pegando fogo.
Tirou pombo do sapto, sacudiu, virou um gato.
De dentro de um espelho tirou um casal de coelhos. Ele de longas orelhas, ela de olhos vermelhos.
Ele, coelho Orelhudo; ela coelha Vermelhinha.
Tirou da boca do coelho um bilhete de namorado:
"Minha doce coelhinha,
seu olho vermelho é uma maravilha, e conquistou meu coração.
Peço-lhe um beijo.
Coelho Orelhudo"
O público delirava, aplaudia sem parar.
E o palhaço Fagulha, contente, mostrava o bilhete pra toda a gente.
E todos ficaram sabendo que ele era mesmo um palhaço diferente.
Sônia Junqueira. Um palhaço diferente. São Paulo, Ática. 2000.
Para baixar sequência de atividades com esse texto
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